Vidas Secas
(Está em cena Graciliano e entra a secretária)
Secretaria: O senhor deseja o que de almoço seu Graciliano?
Graciliano: Nada
Secretária: Mas o senhor vai morrer de fome
Graciliano: Só estou querendo concluir meu livro, então me deixe pensar.
Secretária: Eu vou sair, mas faça o favor de contar a história do livro
(sai à secretária)
Graciliano: Um sol desgracento no Sertão. Nem sequer uma gota d’água ou uma pequena sombra. Um clima e um cheiro de morte, aquele lugar seco e quente. Na caatinga mais distante, aparece uma família, com sede e cansada de tanto andar.
Sinhá Vitória: Num agüento mais andar, estou muito cansada. Fabiano acho que não vou agüentar.
Filho mais novo: Mãe, to com muita fome, não consigo nem mais andar.
Filho mais velho: Eu não agüento mais ficar em pé (e cai no chão)
Fabiano: Anda seu filho de uma rapariga (ele não levanta) então vai apanhar até levantar
(ele apanha e berra de dor)
Fabiano: Acho que você aprendeu, então dá próxima vez não vou parar até sua pele ficar em carne viva. Cena 2
Filho mais velho: Olha uma fazenda abandonada
Sinhá Vitória: Vamos parar e descansar um pouco lá Fabiano. Quem sabe lá tem água e comida
Graciliano: E a família continuou a andar até chegar a casa, Fabiano chegou, bateu palmas e berrou (o de casa), mas ninguém respondeu. Entraram
(eles entram e arrumam as coisas)
Sinhá Vitória: Fabiano, nós podemos fica aqui, está abandonado, ninguém pode nos expulsar daqui. E pega o aio e enche ele de água
(Ele sai. Baleia olha de um lado pro outro e sai correndo)
Filho mais velho: Será que ela fugiu?
Sinhá Vitória: Quem sabe ela encontrou alguma coisa. Meu Deus, não nos abandone
(chega Fabiano nessa hora)
Fabiano: Esse Deus já nos abandonou faz muito tempo. Ta ficando tarde, vamos dormir.
(Eles arrumam a casa e os meninos deitam)
Graciliano: Cansada, a família deita. Depois de muito tempo, deitam em baixo de um teto. Miudinhos, perdidos