Vida
Homo liber nulla de re minus quam de morte cogitat; Et ejus sapientia non mortis sed vitae meditatio est. (Não existe nada em que um homem livre pense menos que a morte; sua sabedoria é meditar não sobre a morte, mas sobre a vida) Espinosa in O que é a vida? (SCHRÖDINGER, 1944)
1.1 – Como definir vida? Dos homens primitivos, habitantes de nossas cavernas, até os dias atuais, passando pela visão Aristotélica de mundo, por Lineu e sua tentativa de classificar os seres vivos, pelo fundamental trabalho de Darwin e Wallace, e por muitos outros grandes nomes da ciência, a visão dos seres vivos tem se alterado drasticamente e até hoje não existem grandes consensos em como deveríamos estudá-los. As dúvidas muitas vezes começam na própria definição de “o que é vida” e “o que é um ser vivo”. Cabe, então, inicialmente, definirmos o que são para podermos conhecê-los e entender como se organizam. A primeira grande questão permanece até os dias de hoje sem resposta. Não conseguimos definir o que é “vida”. Apesar de percebermos onde ela se manifesta, químicos, físicos e biólogos ainda convivem com as dúvidas e a busca incansável pela definição dessa pequena palavra, mas, que representa muito para o estudo de ciências como Biologia, Ecologia, Biogeografia e tantas outras. Muitos livros foram escritos e muitas idéias apresentadas. Destacamos aqui o livro “O que é vida” (1944) do físico austríaco Erwin Schrödinger (1887 – 1961) baseado em uma série de palestras proferidas em 1943, onde ele busca numa visão baseada em aspectos termodinâmicos e quânticos defini-la. Após décadas passadas ainda não encontramos respostas convincentes. O que estudamos então? O leitor deve considerar que só podemos estudar algo que sabemos o que é. Exatamente por isso, abandonando a primeira pergunta, buscamos uma definição para onde a vida se manifesta e chamamos isso de ser vivo. Ao longo dos tempos existiram duas visões diferenciadas dos seres vivos,