Vida noturna - uma crônica
Sim, ela para. Eu já senti na pele, quando precisei ir embora de uma das baladas da famosa vida noturna de São Paulo... quando deixei de ir a um barzinho ou sessões de cinema à meia-noite na Paulista, festas de teatro na praça Roosevelt, enfim, é uma contradição quase que imperdoável, não parar a música, o a cerveja, o filme, mas parar o trem, o metrô, o ônibus... táxi? Sim, não pára, mas o dinheiro não dá, obrigada.
“São Paulo precisa de descanso, diminuir o ritmo”. Tudo bem, concordo, não dá pra ser sempre como é na Virada Cultural – transporte 24 horas --, mas por que não apenas diminuir a velocidade sem parar por completo – trens passando de meia em meia hora, ou até mesmo de uma em uma hora --?
“Vá comprar um carro e larga a mão de reclamar...”. Não, sou daqueles que apreciam uma boa caminhada, paisagens vistas pela janela do ônibus, ou mesmo observar as pessoas no metrô. Aprecio a vida atribulada de São Paulo, então será que posso ter condições de ter ao menos mais de uma vez no ano (não apenas na Virada Cultural) a possibilidade de participar da vida noturna da cidade? Ou será que essa vida foi feita só para quem tem carro? Ôou, algum candidato a alguma coisa por aqui, não poderia elaborar algum projeto nesse sentido?
“Mas a noite foi feita pra dormir... inclusive aqui. Os que se aventuram por esse horário são poucos...”. Poucos? Voz da pretensa maioria ou do passado, melhor ir para o interior, porque aqui é a cidade onde a maioria está bem viva à noite, apenas esperando por transporte para se aventurar pela cidade que não pode