vida moderna
Eis o raciocínio do especialista tecnológico: o mundo avançou muito; mas é melhor esperar mais um pouco. Há sempre uma novidade para breve que transforma a novidade de hoje em puro lixo amanhã.
O refrão é tão conhecido que eu pasmo com a quantidade de aparelhos que ainda se vendem no mundo inteiro. Será que as pessoas não sabem que é melhor esparar mais um pouco?
O iPhone é um caso: meses atrás, cedi à tentação e comprei o dito. Conclusão: não esperei mais um pouco. Agora, o meu celular serve apenas para limpar os vasos sanitários na empresa de Steve Jobs porque já existe um novo modelo - melhor, mais barato - a circular por aí.
Eu próprio, aliás, já pensei em trocar o velho pelo novo. Mas quando pergunto opiniões, todos respondem o mesmo: é melhor eu esperar mais um pouco.
2.
Uma colega americana veio trabalhar para Lisboa e, até ao momento, a característica dos lusos que mais a espantou foi o "pequeno-almoço" ("café da manhã", para a galera).
Diz ela que, nos países onde já trabalhou (Estados Unidos, Inglaterra e República Tcheca), existe um padrão comum: a pessoa acorda; toma o pequeno-almoço; sai para o trabalho - exactamente por essa ordem.
Em Portugal, não é assim. A pessoa acorda e sai para o trabalho. Pausa. Segue-se meia-hora de conversas/telefonemas/emails. Nova pausa. Só então há tempo para a primeira refeição do dia.
Por outras palavras: tomar o pequeno-almoço não é um acontecimento prévio ao horário de trabalho. Pelo contrário: faz parte desse horário e ocupa, sem exageros, uma fatia importante do primeiro turno.
Curiosamente, ela disse-me tudo isso a meio da manhã, quando eu tomava o meu primeiro café e comia o meu primeiro