Victor meireles
Introdução
A investigação teve início com estudo etnográfico da manifestação danças urbanas, a partir de depoimentos de seus praticantes.
Mais do que narrar um fato, ou relatar trajetórias, os depoimentos orais, apresentaram como finalidade principal relacionar memória e identidade partindo do tempo presente dos entrevistados e permitiu ver o processo de construção dos acontecimentos, constatação dos fatos e constituição de discursos. Valorizando assim os aspectos subjetivos do comportamento narrativo, foram analisadas experiências que se alojam em fantasias, no imaginário, nas sensações e sentimentos.
A entrevista como recurso metodológico utilizado para registro possibilitou uma parceria entre quem narra e quem registra. Optei por não elaborar um roteiro que as guiasse, para não engessá-las, possibilitando aos entrevistados que discorressem sobre suas experiências com a manifestação, despertando uma motivação consciente.
Danças urbanas
As danças urbanas originaram-se nos Estados Unidos, tem seu termo utilizado pelos americanos porque não veio do meio acadêmico, surgiu do povo, das festas de quarteirão. O termo streetdance (dança de rua) também é usado, por apresentar os diferentes estilos da dança, conhecidos como Funk, Locking, Popping, Breaking, Hip Hop Freestyle, House Dance, e Krump, assim como as suas subdivisões.
Outras vertentes dizem ter se originado na época da crise econômica dos Estados Unidos, na década de 20, quando músicos e bailarinos dos cabarés, desempregados foram para rua fazer seus shows. Outro viés descreve a dança com alusão aos soldados que voltavam da guerra do Vietnã “quebrados” ou a crítica social ao expressarem movimentos robóticos que significavam a substituição do homem pelas máquinas.
Nossos entrevistados pautados em Frank Ejara1, afirmam a origem das danças em matrizes negras norte-americanas.
1 Dançarino,coreógrafo e pesquisador de danças urbanas.
2 Cantor, dançarino e produtor