Vicios de linguagem
Vícios de linguagem representam os desvios cometidos pelos usuários da língua, às vezes por desconhecimento das normas ou por descuido.
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Vícios de linguagem configuram os desvios à variante padrão
Ao discutirmos acerca dos desvios linguísticos, devemos analisar alguns pontos que sobressaem nessa questão. Como seres eminentemente sociais, estamos inseridos a todo o momento nas diversas circunstâncias comunicativas, as quais nos conduzem a agir de formas diferentes, sobretudo no que tange ao nosso linguajar, por exemplo, quando participamos de uma conversa informal entre os amigos, de uma entrevista de emprego, de concursos e exames avaliativos...
Tal fato nos remete tão somente à ideia de adequação. Pensando no nosso vestuário, cujo traje se adequa aos diferentes momentos do nosso cotidiano, o mesmo ocorre com nosso posicionamento enquanto interlocutores. Essa realidade se ajusta ao avanço dos estudos linguísticos, sobretudo da Sociolinguística, que prefere trabalhar não mais com a noção de erro, mas com a ideia referente a desvios em relação a uma variante – a chamada norma padrão. Esses desvios, quando desprovidos de certa intencionalidade, configuram a falta de domínio por parte do emissor ou muitas vezes em razão de um simples descuido. Mas, afinal, quando são intencionais o que ocorre?
Tomamos, pois, como exemplos, duas ocorrências: uma relativa à música e outra relativa a uma criação poética, ambas expressas as seguir:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro Oswald de Andrade
Inútil
A gente não sabemos
Escolher presidente
A gente não sabemos
Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...
[...]
Ultraje a rigor