Vice Reino da Nova Espanha.
Ao longo de três séculos, enquanto se operava a profunda mestiçagem de sangues e culturas que deu origem à grande nação mexicana, a Nova Espanha constituiu uma das vigas mestras do império colonial espanhol e, com a prata que enviou para Madri, alimentou os alicerces do capitalismo moderno.
Nova Espanha foi o primeiro vice-reino da América, criado por uma carta régia espanhola de 1535. Estendeu-se do istmo do Panamá aos atuais estados americanos da Califórnia, Texas e Novo México, além de incluir as possessões do Caribe e as Filipinas. Durante seus 286 anos, a Nova Espanha teve 61 vice-reis e ao se extinguir, com a independência em 1821, seu território era duas vezes maior que o do posterior México independente.
A mineração foi a principal atividade da colônia. Os metais preciosos ali extraídos somaram a metade do total que chegou à Europa nos séculos XVI e XVII e estimularam o processo de desenvolvimento do capitalismo europeu. O território colonizado se ampliou rapidamente no século XVI graças ao descobrimento de novas jazidas minerais.
A produção agrícola também foi fundamental para a economia da Nova Espanha e, além de alimentar a população local, produziu excedente suficiente para exportação. Além das espécies tradicionais, como milho e feijão, havia as culturas trazidas pelos europeus, como trigo e cana-de-açúcar, e a pecuária, que praticamente inexistia no período pré-colombiano. A maior parte dos indígenas desconhecia o arado e a tração animal e manteve os métodos tradicionais de cultivo nas terras destinadas à exploração coletiva.
Os espanhóis introduziram as práticas agrícolas européias, com o que a cana-de-açúcar e espécies americanas como o cacau e a baunilha se tornaram produtos de exportação. Algumas manufaturas não coibidas pela metrópole, sobretudo as têxteis e a cerâmica, desenvolveram-se rapidamente. Artigos de luxo, com exceção da ourivesaria, eram importados ou contrabandeados da Europa. A partir de 1592 a