Viagem de Le Corbusier para America do Sul
Em 1929 e 1936 fará outras duas viagens - que o influenciarão, ao mesmo tempo que denotam a influência que ele próprio já tem - à América do Sul. Inserida na altura em que desenvolvia o projecto da sua Ville Radieuse[5], a primeira destas viagens proporcionou-lhe a experiência de ver o Rio de Janeiro a partir do ar, guiado pelos aviadores Antoine de Saint-Exupéry e Mermoz. A disposição da cidade, entalada entre o mar e o relevo escarpado de origem vulcânica sugeriu-lhe a ideia de uma cidade-viaduto (cidade linear). Pensou, mesmo, para o Rio de Janeiro, uma estrada a acompanhar a costa, a cerca de 100 metros de altura, abrigando, debaixo dela, quinze andares com possibilidade para criar habitações. Algo semelhante foi pensado para Argel (o projecto Obus - por formar uma curva que se assemelhava à trajectória de uma granada). Este género de cidade foi, depois, adoptado por arquitectos vanguardistas, defensores da anarquia, como Yona Friedman e Nicolaas Habraken
Viagem de Le corbusier ao Brasil
As viagens de Le Corbusier ao Brasil em 1929 e 1936 se inserem num longo processo de discussão sobre o Rio de Janeiro, que suscitou debates e artigos sobre a cidade. Em sua primeira viagem ao Brasil (1929), Le Corbusier conhece São Paulo e Rio de Janeiro, onde realiza uma Conferência na Escola Nacional de Belas-Artes-ENBA. Desenha o Rio de Janeiro, sua arquitetura e sua população, e esboça algumas idéias, lançando os edifícios lineares com auto-estradas.
Em sua segunda visita ao Brasil (1936), Le Corbusier é convidado para opinar sobre o projeto da Cidade Universitária e sobre o novo edifício para o Ministério da Educação e Saúde. No prazo de um mês, finaliza um anteprojeto para a Cidade Universitária, na Quinta da Boa Vista, auxiliado por Oscar Niemeyer. No entanto, o projeto não é aprovado pela Comissão do Plano da Cidade.
Para Le Corbusier, o plano para o Rio de Janeiro seria um grande manifesto nascido de suas impressões, somando razão e