Viabilidade do projeto de investimento
Crise na Europa pode aumentar dependência brasileira em relação à China, alertam especialistas
A crise econômica na União Européia poderá aumentar a dependência brasileira em relação ao mercado da China, alertaram especialistas que participaram nesta segunda-feira (5) de audiência pública sobre o tema, promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). No entanto, apesar das dificuldades enfrentadas pelo Velho Continente, a Europa continua sendo a principal parceira do Brasil, como lembrou o embaixador da França em Brasília, Yves Saint-Geours.
No início da audiência, presidida pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), o professor José Augusto Guilhon Albuquerque, do Centro de Estudos Avançados da Universidade de Campinas (Unicamp), previu que o principal impacto da crise européia será a “perda de um mercado de qualidade” para a economia brasileira, considerada por ele cada vez mais concentrada em commodities.
– A diminuição da capacidade de importação dos Estados Unidos e da União Européia aumenta desmesuradamente a nossa dependência em relação à China. O ideal para nós seria manter um equilíbrio entre Estados Unidos, Europa e Ásia – observou.
A possibilidade de uma maior dependência em relação à China também foi ressaltada pelo professor Creomar Lima Carvalho de Souza, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília. Esta seria, a seu ver, uma das “conseqüências tangíveis” da crise européia, assim como o “congelamento” das negociações para um acordo de livre comércio entre a União Européia e o MERCOSUL. Ele apontou também “conseqüências intangíveis”, por exemplo, um maior questionamento da Europa como referencial de um modelo de integração.
Mundo policêntrico
Antes de comentar a crise européia, o professor Francisco Carlos Teixeira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, anunciou boas notícias recebidas pouco antes: o mundo crescerá 4% em 2012 e, em média,