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ESTUDO DIACRÔNICO DA FORMAÇÃO E DA MUDANÇA SEMÂNTICA DOS
SUFIXOS EIRO/EIRA NA LÍNGUA PORTUGUESA
Mário Eduardo VIARO1
0. Introdução
Com o renascimento do Funcionalismo, na década de 90 e a reinclusão dos estudos históricos, preterido pelos estruturalistas depois da década de 50, novas perspectivas surgiram. Estudos de diacronia e de aquisição de linguagem são elementos integrantes na formulação de modelos semânticos atuais. Esta pesquisa também assume uma postura indutiva e empírica. Deixar-se-ão de lado alguns elementos dogmáticos vindos da tradição gramatical e do exercício das autoridades. Nossos pressupostos são:


Pressuposto (1): Os fenômenos de língua não nasceram no momento atual.



Pressuposto (2): Os fenômenos de língua não nasceram todos ao mesmo tempo, antes são fruto de uma tradição e, portanto, sua transmissão se dá como o de qualquer outro bem cultural.



Pressuposto (3): Os fenômenos de língua sistematizam combinações de sons (moldes fônicos) e lidam com um grande conjunto de conceitos e visões culturais acerca dos fatos. •

Pressuposto (4): Os fenômenos de língua com alta freqüência de uso transformam ou combinam seus moldes fônicos. No primeiro caso, nem sempre se percebe a mudança, já no segundo se entende como uma novidade (isso é, um fenômeno sem tradição).



Pressuposto (5): Toda derivação foi, inicialmente, uma novidade e, como tal, não foi sentida imediatamente como um fenômeno de língua, mas uma modificação estilística de um fenômeno de língua.



Pressuposto (6): A derivação supõe um elemento mais antigo (antecedente) e outro mais recente (neologismo). Enquanto a derivação é novidade (e, em algumas vezes, mesmo depois que não é mais), há certa consciência de derivação da parte do falante, por causa da base, que permite associações com o antecedente, acessível apenas por reconstrução. 1

DLCV – FFLCH/USP – São Paulo/SP – Brasil - maeviaro@usp.br
O presente texto insere-se no grupo de pesquisas Morfologia Histórica do Português,

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