Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar
TEXTO: FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 24, nº 47, 2004.
EFEMÉRIDES
“Em 7 de setembro de 1972, a ditadura militar tomou conta das comemorações da principal efeméride do período: o Sesquicentenário da Independência do Brasil.” (FICO, 2004, p. 29).
“Não é cabível celebrar um golpe de Estado como o de 31 de março de 1964, mas estes quarenta anos também podem ser caracterizados como uma efeméride, se pensarmos no sentido que a expressão assumiu para os historiadores brasileiros, principalmente a partir de meados dos anos 80 (...).” (FICO, 2004, p. 29).
“O ano de 2004 é pontuado por aniversários importantes (...). Portanto, é muito oportuno que aproveitemos para fazer um balanço da produção relacionada a 1964 (e seus desdobramentos) – efeméride aqui entendida como fato importante, embora não grato.” (FICO, 2004, p. 30).
“Tem sido notável, neste ano, o interesse despertado pelos eventos de toda sorte que vão marcando a data (...). (...) Qual a causa de tamanha aceitação? A explicação certamente fundamenta-se no fato de que velhos mitos e estereótipos estão sendo superados, graças tanto à pesquisa histórica factual de perfil profissional quanto ao que poderíamos caracterizar como um "desprendimento político" que o distanciamento histórico possibilita (...). (...) Por tudo isso, podemos falar de uma nova fase da produção histórica sobre o período.” (FICO, 2004, p. 30).
“Também é crescente o interesse de jovens historiadores e de estudantes de cursos de graduação em história pelos temas do período 1964-1985. (...) A opção radicaliza, por assim dizer, o acerto da hipótese avançada pelo saudoso José Roberto do Amaral Lapa, quando previu, (...) que o predomínio dos estudos sobre a fase colonial seria suplantado pelas pesquisas sobre o período republicano. (...) Hoje em dia, é notável a quantidade de pesquisas sobre questões recentíssimas da história do Brasil, o que deve