versões do pai teoria lacaniana
Versões do Pai na psicanálise lacaniana: o percurso do ensinamento de Lacan sobre a questão do pai*
(Versions of the Father in Lacanian psychoanalysis: the course of
Lacan’s teachings on the issue of the father)
Alfredo Zenoni∗∗
Resumo
Trabalharemos as diferentes modificações que a noção de Pai ganhou no ensinamento de Jacques Lacan. Partiremos do pai no singular como Nome-do-Pai, sustentação da ordem simbólica e portador da interdição, até chegarmos à sua função de “sinthoma”.
Do pai inicial, fundamento do laço social reduzido a um símbolo, portanto na condição de morto, chegaremos a um pai vivo; da unicidade a uma multiplicidade de “exceções” à lei; da universalidade à particularidade do objeto a que um homem extrai do corpo de uma mulher. O Nome-do-Pai multiplica-se em tantos nomes quantos forem os suportes à sua função. Em sua última apresentação, comparece como maneira de ligar os três registros – real, simbólico, imaginário –, que cada pai realiza como homem em relação a uma mulher e que decorre da maneira particular pela qual um pai pode suprir uma não relação sexual.
Palavras-chave: Nome-do-Pai; Pai-versão; Sinthoma; Gozo;
Significante.
O
imperativo ao qual nossa sociedade se encontra sujeita questiona todas as hierarquias e desigualdades: cada indivíduo tem o mesmo valor que outro, nenhum indivíduo é superior a outro. Ele também diz respeito à relação entre os sexos, aos papéis dos pais e, afinal, à própria relação entre pais e filhos. Ele se liga a todo um processo de “desinstitucionalização” do qual
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Texto recebido em fevereiro/2007 e aprovado para publicação em março/2007.
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Tradução de Nina de Melo Franco (Bacharel em Direito, professora e tradutora de francês).
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Doutor em Psicologia, psicanalista em Bruxelas, membro da École de la Cause Freudienne e da Associação Mundial de
Psicanálise,