Verdades da razão
As verdades da razão, são aquelas que enunciam que algo é de tal modo, que não pode ser mais que desse modo; ao contrário, as verdades de fato são aquelas que enunciam que algo é de certa maneira, mas que poderiam ser de outra.
Ou seja,
- as verdades da razão são aquelas verdades que enunciam um ser ou um consistir necessário;
- as verdades de fato são aquelas verdades que enunciam um ser ou um consistir contingente.
Em suma: as verdades de razão são aquelas verdades que enunciam um ser ou um consistir necessário, enquanto as verdades de fato são aquelas verdades que enunciam um ser ou um consistir contingente. O ser ou o consistir necessário é aquele ser que é aquilo que é, sem que seja possível conceber-se sequer que seja de outro modo.
Assim, o triângulo tem três ângulos e é impossível conceber que não os tenha; assim todos os pontos da circunferência estão igualmente afastados do centro e é impossível conceder que seja de outro modo.
Pelo contrário: se dissermos que o calor dilata os corpos, poderia ocorrer que o calor não dilatasse os corpos. As verdades matemáticas, as verdades de lógica pura, são verdades de razão; as verdades da experiência física são verdades de fato; as verdades históricas são verdades de fato.
http://www.robertexto.com/archivo6/metodo_descartes.htm
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SCIACCA, Michele Federico - História da Filosofia (Do Humanismo a Kant), Vol. II, Ed. Mestre Jou, São Paulo, 1968
MORENTE, Manuel Garcia - Fundamentos de Filosofia - Lições Preliminares, Ed. Mestre Jou, São Paulo, 1976
GAARDER, Jostein - O Mundo de Sofia (Romance da História da Filosofia), Companhia das Letras, São Paulo, 1995
DESCARTES, René - Discurso do Método, Editora Universidade de Brasília, 1989