Verbos Defectivos e abundantes
Os motivos pelos quais esse fato ocorre são variados: alguns verbos se fossem conjugados iriam se confundir com outros, como é o caso de “falar” e “falir”, os quais na 1ª pessoa do indicativo ficariam do mesmo modo “falo”. Assim, somente o verbo “falar” tem conjugação na primeira pessoa do singular do presente do indicativo.
Além do problema de equívoco que os verbos defectivos poderiam causar, como exposto anteriormente, há ainda outras causas: algumas formas são repudiadas por questão de provocarem sons desagradáveis, ou por não serem usuais, ou por desenvolverem conotações pejorativas.
São exemplos de alguns verbos defectivos: adequar, falir, doer, reaver, abolir, banir, brandir, carpir, colorir, delir, explodir, ruir, exaurir, demolir, puir, delinqüir, fulgir (resplandecer), feder, aturdir, bramir, esculpir, extorquir, retorquir, soer (costumar: ter costume de), etc.
Estes verbos, em sua maioria, são conjugados apenas na primeira e segunda pessoa do plural do modo indicativo, na segunda pessoa do plural do modo imperativo e não possuem flexões no presente do subjuntivo.
Porém, a fixação dos modos de se conjugar os verbos depende muito dos falantes e, portanto, pode ser alterada, conforme os usuários da língua comecem a utilizar determinada forma. Este fato está ocorrendo com o verbo “adequar”, flexões como “adéquo”, “adéqua” vem sendo empregadas pelos falantes. Quem sabe em breve todas as flexões deste verbo serão “corretas” para os gramáticos? Pois isso já aconteceu antes com os verbos polir, emergir, agir.
Observamos que o fato de um verbo ser caracterizado como defectivo, não quer dizer que será assim o tempo todo. A língua é viva e nós, como falantes nativos, podemos adequar a escrita à