vera maria candau
A didática não pode ser considerada como uma disciplina isolada dos outros componentes formadores da ação pedagógica. Ela não sobreviveria sozinha na formação do professor. É preciso que ele busque elementos, pressupostos, histórias nos conceitos que expliquem e revelem o que subsidia á função da escola entre outros, superando sua dimensão puramente instrumental e assumir uma dimensão multidimensional, como propõe Candau."Este é, a meu ver, o desafio do momento: a superação de uma didática exclusivamente instrumental e a construção de uma didática fundamental." ( p.20). É nessa perspectiva que procura se situar e a partir dessa posição, buscar caminhos para a construção ou reconstrução da didática.
A didática, numa perspectiva instrumental, é concebida como um conjunto de conhecimentos técnicos sobre o " como fazer" pedagógico, conhecimentos estes apresentados de forma universal e consequentemente, desvinculados dos problemas relativos ao sentido e aos fins da educação, dos conteúdos específicos, assim como do contexto sócio-cultural concreto em que foram gerados.De alguma forma implícita ou explicitamente, esta concepção está informada pela tentativa de Comenius de propor " um artifício universal para ensinar tudo a todos". Perpassa esta visão o pressuposto da neutralidade científica e técnica, como se a ciência pudesse ser adequadamente compreendida, tendo por referência exclusiva a sua coerência interna, sem levar em conta o contexto histórico da produção científica e suas implicações. " A didática passa por um momento de revisão crítica. Tem-se a consciência da necessidade de superar uma