Velharias lucrativas
A velha guarda, quem diria, ainda dá lucro * Valor Econômico * João Luiz Rosa * 03/11/2004 | Lembra-se do mimeógrafo dos tempos de infância? E do papel carbono? E o que dizer dos rádios de mesa, das máquinas de costura com pedal ou do par inseparável formado pelas impressoras matriciais e o formulário contínuo? Pois embora tenham perdido a aura de novidade há muito tempo, esses e outros produtos veteranos continuam vendendo bem no Brasil e representam uma fonte de receita estável - às vezes bastante significativa -, para seus fabricantes. Em uma época marcada por lançamentos efêmeros, eles são o que se pode chamar da "low-tech" que dá certo.Os números falam por si. A gaúcha Menno produz mensalmente 2,5 mil duplicadores a álcool, o nome oficial dos mimeógrafos e a Maxprint vende anualmente 450 mil caixas de formulário contínuo, além de 2 milhões de bobinas de fax - outro candidato a "fóssil" - por mês. Já na Helios Carbex, o papel carbono e o hectográfico (usado em mimeógrafos) representam quase um quinto da receita. Na Agaprint, do grupo Feffer, os formulários contínuos respondem por 40% do faturamento.Na maioria desses segmentos, a demanda tem permanecido estável ou vem caindo pouco a pouco nos últimos anos. Mas, por que esses produtos continuam a ser comprados? Existem vários fatores, incluindo a ligação histórica de alguns fabricantes com a "velha guarda" da tecnologia. A Helios, por exemplo, nasceu como importadora de fitas para máquina de escrever e papel carbono, em 1922, e até hoje produz esses itens.A Semp - atual Semp Toshiba - começou fabricando rádios de mesa em 1942, abandonou o segmento em 1995, mas voltou dois anos atrás, em seu aniversário de 60 anos. Bem mais jovem, a Maxprint nasceu há dez anos com a produção de formulários contínuos e nunca deixou a área.Mas o que garante a sobrevida dos produtos, dizem os fabricantes, é uma combinação entre preço baixo e o fato de que, para alguns tipos de