vegetoterapia
Henrique J. Leal F. Rodrigues
Psicólogo e Analista Reichiano.
Professor de Teoria e Clínica Reichiana do
Instituto de Psicologia e Psicanálise da
Universidade Santa Úrsula.
Membro do Movimento R-76: Ação e
Prevenção em Saúde Psicorporal.
Ao contrário do que muitos acreditam, Freud e a Psicanálise permaneceram vivos nos escritos de Reich mesmo após sua exclusão da Associação Psicanalítica Internacional (IPA) em 1934. Porém, para a historiografia do movimento psicanalítico a existência de Reich se limitou ao livro “Análise do Caráter” (1933), e ao conflito teóricoclínico com Freud. Estas divergências, inicialmente, se explicitariam nas críticas à formulação do conceito de Pulsão de Morte e ao método psicanalítico (transferência negativa latente), que serviriam, mais tarde, de coadjuvantes na justificativa para sua expulsão da IPA.
Com a análise do caráter, Reich contribui significativamente para a clínica psicanalítica ao tratar a transferência (negativa latente) tanto em sua dinâmica de conteúdo psíquico (o quê), quanto em sua expressão somática inconsciente (o como). Avança, assim, na direção da relação indissolúvel entre o somático e o psíquico, valorizando a sexualidade e, em particular, a genitalidade como fator imprescindível para a saúde do ser humano.
Em
“Die
Funktion
des
Orgasmus:
Psychopatologie des Geschlechtelebens” (traduzida em português por “Psicopatologia e sociologia da vida sexual” – 1927), Reich correlaciona a neurose com a perturbação da função genital, discutindo a libido em sua dimensão quantitativa, como ponto fundante nas disfunções neuróticas do sujeito. Consequentemente, a atividade orgástica passa a ter um significado importante no tratamento e na construção da saúde somática e psíquica do paciente. Cria, assim, a fórmula do orgasmo:
Tensão–Carga–Descarga–Relaxamento que se transformaria num dos pilares mais importantes para a formulação do