Vegans e Vegetarianos
O presente artigo procura refletir sobre alguns temas discutidos tanto na esfera moral como na esfera alimentar, que envolvem discursos e praticas de grupos vegetarianos e vegans.
Em diversos contextos historico-culturais a ausencia do consumo de carne esteve relacionada a nocoes morais de racionalizaçao, moderacao e pureza. Ja a inclusao da carne na alimentacao foi considerada como fonte de aumento de libido e de um temperamento mais agressivo em diversas epocas, alem de elemento com alto poder de poluiçao do corpo e espirito, degradaçao moral e fisica, principalmente nas mulheres, como aconteceu na Era Vitoriana. Porem naquela epoca, nos homens, era considerada benefica, ja que estava ligada a virilidade e agressividade, considerada adequada ao concento do sexo masculino 'a epoca.
Para Beardsworth & Keil (1997) indivíduos que se definem como “vegetarianos” podem ter diferentes padrões de dieta e essa variação pode ser conceituada de forma simples através de uma escala linear relacionada ao rigor das exclusões envolvidas: iniciando com os padrões menos estritos, que são aqueles que se autodefinem como vegetarianos e que consomem ovos, laticínios, e, algumas vezes, peixe (ou mariscos) e carne, especialmente, “carne brancas”, em raras ocasiões. Em seguida, encontramos aqueles que excluem todas as carnes, mas ainda consomem ovos e laticínios. Logo após estão os que excluem uma ou outra dessas categorias (ovos, laticínios). E, por fim, chegamos ao veganismo, que requer abstenção de todos os produtos de origem animal (BEARDSWORTH & KEIL, 1997).
Contudo, mesmo o veganismo pode ainda ser dimensionado quanto ao rigor, por exemplo, em relação à controvérsia entre vegans sobre o consumo do mel. Já no extremo da escala estariam os frugivoristas ou frugívoros, que consomem apenas produtos de origem vegetal, que não impliquem em morte da planta doadora. O vegetarianismo seria assim, um complexo conjunto de hábitos alimentares interrelacionados