Vazanteiros do Rio São Francisco: os “encurralados” pelas Unidades de Proteção Integrais no Norte de Minas Gerais
GT4: Conflitos Ambientais, processos de territorialização e identidades sociais
Vazanteiros do Rio São Francisco: os “encurralados” pelas Unidades de Proteção Integrais no
Norte de Minas Gerais
Elisa Cotta de Araújo
Rómulo Soares Barbosa
Vazanteiros do Rio São Francisco: os “encurralados” pelas Unidades de Proteção Integrais no
Norte de Minas Gerais
A pesquisa, em curso, tem como propósito analisar as relações entre comunidades vazanteira/negra e natureza tendo como contexto o conflito que se caracteriza no imbricamento de três racionalidades, a saber: capitalista, conservacionista e tradicional, onde se explicitam diferentes valorações da natureza. Procuro responder as seguintes questões: como as comunidades vazanteiras/negras se articulam para a reprodução material e social do grupo (interna e externamente)? Que práticas sociais vinculam as comunidades vazanteiras/negras às dinâmicas ecológicas dos ambientes sanfranciscanos? Como os discursos sobre a relação com a natureza são acionados nesta situação de conflito? A metodologia de trabalho proposta tem por base a etnografia e a observação participante, através da realização de incursões a campo junto a populações tradicionais das comunidades vazanteiras/negras situadas nos municípios de Matias Cardoso e
Manga, margem direita e esquerda do São Francisco, bem como acompanhamento dos processos de organização e luta empreendidos pela Associação dos Vazanteiros de Matias Cardoso e Associação
Quilombola da Lapinha, que envolve negociação junto aos poderes públicos municipais, além dos órgãos estaduais e federais e ministério público.
Os resultados parciais do trabalho evidenciam uma relação de proximidade e interdependência entre comunidades vazanteiras/negras com o rio, unidades inundáveis periodicamente e o ser mítico caboclo d’água, em contraste com a visão compartimentada e distanciada de capitalista e conservacionistas. Observa-se também uma