Vaso Chinês-Análise
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... De um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
(Alberto de Oliveira)
Vaso Chinês
O poema vaso chinês é um soneto formado por catorze versos divididos normalmente em dois quartetos e dois tercetos.
Análise poética do poema
Métrica
É decassílabo, ou seja, é constituído de dez sílabas poéticas.
Rimas
Contém rimas alternadas;
Quanto ao acento tônico possui rimas graves ou femininas;
As suas rimas são ricas com palavras de classes gramaticais diferentes.
Ritmo Por ser decassílabo e apresentar correspondência fixa entre a 6º e a 10° sílabas, esse poema ritmo heroico.
As características do poema
Perfeição formal;
Métrica rígida;
Linguagem rebuscada e trabalhada.
Análise Literária
No poema em questão, há a predominância de elementos descritivos em vez de narrativos: sua finalidade é detalhar um objeto de arte – um vaso chinês. A atitude do poeta é impessoal. A preocupação do poeta foi simplesmente com o trabalho artístico, isto é, preocupou-se em fazer “A Arte pela Arte”(característica do Parnasianismo).
O assunto são as pinturas que decoram um vaso chinês e a interpretação que o poeta lhes dá, sendo um poema exemplar da poesia parnasiana, com todas as características do Parnasianismo: o exotismo ("estranho mimo", 1º verso; "coração doentio", 6º verso; "calor sombrio", 8º verso; "singular figura", 11º verso; "olhos cortados", 14º verso); a