Variações linguísticas
(Baseado no livro Preconceito Linguístico de Carlos Bagno)
Niterói
2012
Preconceito Linguístico
Parece haver cada vez mais, nos dias atuais, uma tendência a lutar contra os mais diversos tipos de preconceito. Infelizmente essa tendência não tem atingido um tipo de preconceito muito comum na sociedade brasileira: o preconceito linguístico. O que vemos é esse preconceito ser alimentado diariamente em programas de televisão, rádios, revistas, jornais... Vamos examinar, embasadas no livro Preconceito Linguístico do autor Marcos Bagno, algumas dessas afirmações e ver em que medida elas são mitos que qualquer análise mais rigorosa não demoraria a derrubar.
A Mitologia do Preconceito Linguístico
Mito nº 1= “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente.” É o maior e o mais sério dos mitos que compõem a mitologia do preconceito linguístico no Brasil. Este mito é muito prejudicial à educação, porque ao não reconhecer q verdadeira diversidade do português falado no Brasil, a escola tenta impor sua norma linguistica como se ela fosse a língua comum a todos os brasileiros, sem levar em consideração sua idade, sua origem geográfica, seu grau de escolaridade e situação socioeconômica. Na verdade no Brasil o português apresenta um alto grau de diversidade, não só por causa de sua grande extensão territorial, que gera diferenças regionais, mas principalmente por causa da injustiça social. É claro que eles também fazem português, uma variedade do português não-padrão, que não é reconhecida como válida e que é ridicularizada pelos falantes do português padrão. O fato de no Brasil o português ser a língua da maioria da população não quer dizer que ele seja um bloco compacto e homogêneo. É preciso que a escola abandone este mito da unidade do português no Brasil e passe a reconhecer a verdadeira diversidade liguística do nosso país.
Mito nº 2= “Brasileiro não sabe português/ Só em Portugal se fala bem