Variação Linguistica
INTRODUÇÃO
O artigo apresenta uma análise do dialeto “caipira – sertanejo” geralmente conhecido na linguagem dos falantes de regiões interioranas do Brasil. Destacou-se, também, o Preconceito Linguístico que esse tipo de linguagem sofre por ser considerado interiorano, já que não faz parte do uso dos falantes de grandes metrópoles e, também, por parecer ser de baixo nível cultural. O material utilizado para a análise é a música “Bruto, Rústico e Sistemático” interpretada pela dupla do sertanejo sul mato-grossense João Carreiro e Capataz. A análise feita aborda os conceitos da Variação Linguística Diatópica e como eles se aplicam a linguagem utilizada pelos intérpretes da música como também ao tema que ela aborda.
1. VARIAÇOES LINGUISTICAS
O fato de as línguas passarem por mudanças no tempo é algo que pode ser percebido de varias formas. Uma delas é o contato com pessoas de idade diferentes das nossas, pois quanto maior a diferença de idade maior também a probabilidade de encontrarmos diferenças na forma de falar entre essas pessoas.
Outra forma de perceber a mudança linguística é entrarmos em contato com textos escritos ou falados de outras épocas. Ao fazer isso temos que interpretar o que está registrado nesses textos e em que medida eles representam fielmente a língua falada daquele período de tempo. Por mais que a gente saiba que as línguas mudam, a língua escrita é sempre mais conservadora do que a língua falada. E o contato com textos escritos acabam disfarçando a nossa percepção para as mudanças que ocorrem constantemente na língua falada.
Dentro dessas mudanças também encontramos as variações, ou seja, dentro de uma mesma língua podemos nos deparar com diferentes maneiras de fala ou de usos desta fala. Ilari e Basso (2006) dizem que “a uniformidade do português brasileiro é em grande parte um mito”; (...) e que “a variação linguística é um fenômeno normal”. O Português