Variação linguistica
(MILLET, Antonio. 1906)
Falar de língua e não falar de variação lingüística seria como falar de Filosofia sem falar do pensamento; seria como falar do Sistema Solar sem falar do sol... É impossível conceber um sem o outro. Para a Sociolingüística, ciência que observa, descreve e analisa a língua falada no contexto social, a língua e a variação são inseparáveis; como diz Tânia Maria Alkimim (2001), a Sociolingüística encara a diversidade lingüística não como um problema, mas como uma qualidade constitutiva do fenômeno lingüístico.
A Língua Portuguesa, sobretudo no Brasil, é dotada de uma variação sem tamanho, uma vez que a língua é um fato social e o falante, portanto, tem autonomia no uso da língua. A variação lingüística do português brasileiro deve-se a uma porção de fatores externos à língua, como, por exemplo, os seguintes aspectos: classe social; idade; sexo e contexto social, formando uma enorme diversidade nacional. O individuo apresenta essas características no uso da língua de forma natural, segundo sua experiência e cultura e, ainda, segundo o meio no qual está inserido.
A variação lingüística é uma temática para estudos e pesquisas que buscam mostrar a verdadeira identidade sócio-cultural do falante. A análise da variação de uma língua é feita sem valores pejorativos, pois o objetivo é tão somente descrever o uso da língua pela sociedade. Diferentemente como pensa a Gramática Tradicional, que pressupõe uma homogeneidade da língua, uma unificação da fala – pura falácia normativa – pois, nunca vai existir uma língua falada unívoca; como não há um só nível de escolaridade, uma única classe social nem uma única vivência cultural. As pessoas falam diferentemente porque elas são diferentes! Isso nunca