variação linguistica na sala de aula
ABORDAGEM ETNOGRÁFICA Sandra Maria Dos Reis Feijão
Resumo: As questões que envolvem a variação linguística, sem dúvida, interferem nas relações em sala de aula e na qualidade de apropriação do saber, especialmente, no que se refere ao ensino de língua materna. Considerando essa realidade, o nosso objetivo foi analisar, através de uma abordagem etnográfica, como o fenômeno da variação linguística é abordado em salas de aula do 6º e 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública, na cidade de Sobral – CE. A pesquisa é parte de nossa dissertação de mestrado, cujo objeto de estudo foi o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos do Ensino Fundamental. Os dados foram coletados a partir de observação em sala de aula e de entrevistas com as professores. Dentre outros resultados, percebemos que quando não se realiza um trabalho, ainda que assistemático, que privilegie o conhecimento das variedades linguísticas prevalece na escola um discurso autoritário com o tom de “certo” e “errado”. As variedades que se distanciam daquela considerada padrão são estigmatizadas, predominando o tão falado preconceito linguístico, inclusive, entre falantes de uma mesma variedade.
Palavras Chaves: variação linguística; preconceito linguístico; escola.
1 Introdução
A preocupação dos estudiosos com os aspectos línguísticos, especialmente dos sociolinguistas da corrente etnográfica, tem levado à produção de importantes pesquisas e propostas acerca do processo educacional, principalmente na área de ensino de língua materna, as quais têm contribuído significativamente nos últimos anos, para o desenvolvimento dessa área. Nesse sentido, merece destaque autores como: Labov (1972b), Gumperz (1972), Hymes (1972a, 1974), Erickson (1987), Bortoni-Ricardo (2005, 2008) os quais concordam que