variado
Desde os tempos mais remotos, o tema memória vem despertando interesse na humanidade, principalmente com relação ao seu funcionamento e aspecto cognitivo, mas foi somente durante o século XIX que surgiram os primeiros trabalhos científicos de maior importância a respeito das características e funcionamento da memória humana, muitos deles, a partir do estudo de pacientes e da experimentação animal.
Centrado nas tendências positivistas e cientificistas, o pensamento filosófico do final do século XIX e começo do século XX valorizava o objetivismo em detrimento da relação entre corpo e mente. E é justamente nesse momento que a filosofia, com o filósofo francês Henri Bergson e a psicologia, com o médico austríaco Sigmund Freud começam a discutir a memória como ciência.
A memória humana é caracterizada pela capacidade dos seres humanos de adquirir, conservar e evocar informações através de dispositivos neurobiológicos e da interação social.1 Os principais sistemas de memória reconhecidos pela psicologia cognitiva são a memória sensorial, a memória de trabalho (também chamada memória operacional, a memória de curta duração) e amemória de longa duração.Esta última divide-se ainda em memória declarativa (subdividida em memória episódica e memória semântica) e memória de procedimentos.
Bergson, como grande pioneiro no estudo do conceito da memória em sua obra “Matéria e Memória”, escrita em 1896, desafia esse cientificismo ao defender que a memória não pode ser explicada apenas pelo cérebro, mas também pelo espírito, sendo a própria memória o fruto dessa relação corporal e espiritual. O sociólogo francês Maurice Halbwachs viria, logo a seguir, contribuir com a sua “sociologia da memória” para a introdução da noção de memória nas ciências sociais, semeando um terreno fértil e abrindo caminho, na área das humanidades, para vários teóricos desse tema que discutem a articulação da memória como fonte de ligação social e