VARIA O LING STICA
A língua é um instrumento que está em constante transformação. Não é algo pronto, acabado, e muito menos estagnado. Esse fenômeno acontece principalmente pelo fato de ela ser usada por seres humanos que estão em constante movimento, inventando e reinventando coisas, objetos, o mundo ao seu redor, e a língua não podia ficar indiferente a essa mudança, pois é usada por todos. Se a língua fosse algo definido, pronto, estaríamos ainda hoje falando o mesmo Português que encontramos nas obras de Camões ou a “língua” que os portugueses falavam quando aportaram com suas caravelas nas costas de nosso país. Contudo, todos são conscientes que isso não condiz com a verdade, tanto é que ao se ler “Os Lusíadas” muitas vezes recorrer ao dicionário se faz necessário, porque nessa obra encontramos palavras e expressões que não são mais utilizadas pelos falantes do Português do Brasil, sequer conhecemos muitos desses termos.
Por isso, que se faz necessária a luta contra o preconceito lingüístico existente em nosso país e no mundo, pois as mudanças que acontecem na fala e, muitas vezes, na escrita são provenientes de uma norma internalizada que o falante traz inconscientemente, que embora não pareça, fazem parte do senso comum da língua ou de uma comunidade específica de falantes. Aceitar que existem essas diferenças no modo de falar, as diferentes variantes, é o primeiro passo para uma democratização das diversas variedades, falares. É conhecendo, aceitando e respeitando as diferenças que esse paradigma de que existe um Português comum a todos os brasileiros poderá ser finalmente banido de nossa sociedade.
O falante precisa ter a consciência de que a norma padrão é apenas uma das variedades da língua. Entender que essa norma padrão deve ser ensinada e aprendida para que haja uma uniformização na escrita formal e para que saiba se comunicar em eventos formais de fala. Mas também necessita entender que a “língua”