Varejo
Pode-se afirmar que o varejo brasileiro surgiu apenas na segunda metade do século XIX. Até então , as vendas eram exercidas por mascates que percorriam os povoados e vilas negociando artigos diferenciados. Isso porque os núcleos populacionais de maior porte , como o rio de Janeiro ou Salvador não reuniam mais do que umas dezenas de milhares de habitantes , muitos dos quais eram escravos .
No interior predominavam os complexos rurais , cuja economia auto-sustentada lembrava o sistema econômico feudal vigente na Europa medieval .
Os primeiros estabelecimentos comerciais de maior porte instalaram-se nas cidades no final do século passado , comercializando artigos importados para a aristocracia . Foi o caso da famosa Casa Masson, estabelecida no Rio de Janeiro em 1871 e exemplo de luxo e bom gosto para as classes dirigentes da época . Já a virada do século , com a República e a modernidade trazida pela indústria , destacaram-se as Casas Pernambucanas, em 1906 ( com outro nome de fundação ) e a Établissements Mestre et Blatgé (Mesbla), em 1912, no Rio de Janeiro , assim como o Mappin Stores, em 1913, em São Paulo.
Esses estabelecimentos inovaram no comércio brasileiro , introduzindo métodos de vendas e exposição das mercadorias e uma organização reformulada quanto ao sistema de compras . Todavia , na prática , essas grandes lojas traziam para o Brasil o modelo de lojas de departamentos que já existia os Estados Unidos e na Europa havia várias décadas .
Com a rápida urbanização do país e a entrada de milhares de imigrantes , o maior problema do varejo brasileiro do início do século era ainda o do abastecimento alimentar . A falta de mercados formadores de preços e da mínima infraestrutura para o escoamento da produção agrícola do interior levava à inquietação popular e à revolta contra os obsoletos varejistas de alimentos . A situação se agravou com a eclosão da Primeira Guerra Mundial e com a escassez de gêneros