Vantagem competitiva das empresas
A explicação sobre as origens do desempenho das empresas possui duas perspectivas: a visão da indústria e a visão da empresa. Na primeira, a da Organização Industrial, a estrutura da indústria condiciona seu resultado em termos de desempenho, eficiência e oportunidades de negócios (Bain, 1951, 1956; Caves e Porter, 1977; Mason, 1939; Porter, 1980). Na segunda, a empresa proporciona as razões para os desempenhos superiores em função de suas habilidades, sorte ou compromisso com uma posição competitiva favorável (Amit e Schoemaker, 1993; Dierickx e Cool, 1989; Penrose, 1959; Peteraf, 1993; Wernerfelt, 1984).
O desempenho de empresas está relacionado ao conceito de vantagem competitiva (Barney, 1996; Porter, 1980, 1985) e a prosperidade dos países se associa ao conceito da vantagem competitiva das nações (Fagerberg, 1988; Krugman, 1994; Porter, 1990, 1998; Porter et al., 2007; Scott e Lodge, 1985; Sala-I-Martin et al., 2007). Ambos os temas, a vantagem competitiva das empresas e a vantagem competitiva das nações, têm sido amplamente estudados, mas a pesquisa acadêmica associando ambos ainda é escassa, em especial a apoiada em uma ampla base empírica.
Segundo Porter (1990) e Porter e colaboradores (2007), a competitividade das nações, conceito que envolve características políticas, sociais, culturais e econômicas do seu ambiente de negócios, influencia não apenas a qualidade de vida de suas populações, mas também o desempenho de suas empresas. A partir desta proposição, o artigo de Silva e Motta (2006), aprofundado neste trabalho, abriu uma possibilidade de pesquisa ao relacionar um amplo conjunto de variáveis presentes no ambiente dos países com o desempenho de suas empresas, associando assim os conceitos de vantagem competitiva das nações e das empresas.