vanguardas europeias
Para real atuação e aparição da Vanguarda Brasileira, é preciso que ela seja pensada e construída a partir da real situação do país. Isso só acontece a partir da concientização de que a realidade brasileira é uma realidade de dependência econômica que age a favor do capitalismo: uma tipicalidade de países subdesenvolvidos.
A dualidade entre Conceito de Vanguarda x Produção Massificada (inerente ao capitalismo) é a resposta a que se chega se avaliado o contexto do Regime Militar.
Os artistas brasileiros colocavam em prática uma experimentação de abordagens distintas para uma mesma problemática, ou seja, conseguir passar o ideal do que era vivenciado e sentido, de uma forma que tivesse variação estética e ideológica.
Sob este contexto, emerge a figura de Ferreira Gullar, um dos escritores mais importantes da época. Com imenso número de publicações e livros, é por ele que compreendemos melhor o contexto e a mentalidade da época. O autor afirmou a impotência de ação (transformadora ou comprometida) das movimentações artísticas orientadas para a discussão de seus próprios domínios formais de linguagem. É fixado, por conseguinte, o uso da Vanguarda como experimentação – passível de acerto ou falha e, nem por isso, menos válida.
No livro “Vanguarda e Subdesenvolvimento”, Ferreira Gullar divide, então, os artistas em dois nichos: os comprometidos e os descomprometidos. Os comprometidos possuíam um caráter ideológico e suas obras serviam de veículo de conscientização do público; empunham, portanto, uma visão construtiva da sociedade, aliada a uma visão de mundo. Os descomprometidos, por sua vez, pregavam que as formas e relações harmônicas que integram a obra numa totalidade expressiva formam uma atividade estética vital para a sociedade; desta maneira, uma obra esteticamente válida cumpre sua função social, atendendo á sua necessidade vital de existência.
Para Gullar, a maior falha do início do movimento no Brasil era devido às