Van gogh e o gênio amigável de hegel

UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO IFCS Instituto de Filosofia e Ciências Sociais

Van Gogh e o gênio amigável de Hegel
Por Sandra Pereira dos Santos Mizael Estética I Prof. Maurílio Machado Resumo: Neste trabalho proponho-me a reconhecer em Vicent Van Gogh a obra de arte como uma forma de autoconhecimento em uma tentativa de recriar-se. Neste sentido mostrar que os sentimentos evocados através da arte surgem para completar a experiência de vida externa. Van Gogh com suas ansiedades e paixões buscou afetar o outro através das suas obras, recriando a si mesmo. Para isto utilizaremos o texto de Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Estética, no qual explicita que o fim último da arte é o efeito que ela provoca: “mostra ao homem o que ele é para lhe dar a consciência de o ser”. Trabalharemos, também, as cartas que Van Gogh enviou a seu irmão Théo, bem como o artigo “Em busca da luz - A compulsão criativa de Vicent Van Gogh” de Vera Schvartzman Bulak. Palavras chave: arte, autoconhecimento, Hegel e Van Gogh. Van Gogh foi, desde criança, distante, triste, taciturno. Por se sentir alheio à família, saiu muito cedo de casa, aos dezesseis anos, para procurar seu próprio destino. Foi pregador, como o pai e trabalhou em uma mina de carvão, inclusive se vestindo e comendo como os operários. Vicent observava os empregados destas minas descendo e emergindo delas, como se buscassem a luz. Van Gogh decidiu, assim, expressar, através da pintura, o que ele observa. Na sua “fase escura” sua visão entristecida do destino é representada pela tela “Comedores de Batatas”. Seu estilo singular é mais reconhecido pelas suas pinceladas vigorosas e suas cores fortes que surgiram em uma fase mais tardia. Seu contato com sensações provenientes da natureza foram, desde cedo, vivenciadas com paixão1. Hegel realça seus interesses éticos e cognitivos da arte mostrando que esta é o desenvolvimento mais subjetivo do espírito a partir do real. Representando cada momento este desenvolvimento. A