Valvula e transistos
Com os conhecimentos da álgebra booleana pode-se analisar todos os fenômenos relativos à lógica digital. E é justamente essa lógica que rege todas as operações internas dos computadores. Mas a álgebra booleana é apenas uma ferramenta de análise. Uma ferramenta formidável, mas nada além disso. Com ela, uma ciência abstrata, não se pode fabricar um computador, pode-se apenas entender como ele funciona. O que nos falta é um objeto, um meio físico de implementar os circuitos eletrônicos baseados nessa lógica. Algo que “funcione” exatamente de acordo com as leis da lógica digital.
Esse objeto é o transistor.
O transistor é o sucessor da válvula eletrônica. Então, para entendermos como funciona um transistor, convém termos uma idéia do que vem a ser as válvulas eletrônicas. Para quem nunca as viu, seu aspecto é o mostrado na Figura 1.
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Figura 1: Válvulas eletrônicas
Qual a função de uma válvula eletrônica? Bem, pense em uma válvula hidráulica, que se coloca em uma tubulação e que se pode abrir e fechar. Sua função é regular o fluxo de água na tubulação. Completamente fechada, ela interrompe o fluxo. Inteiramente aberta, ela deixa passar toda a água. E em posições intermediárias, ela regula a intensidade deste fluxo. A função de uma válvula eletrônica é exatamente a mesma. A única diferença é que o fluxo que ela regula é de uma corrente elétrica, não de água.
Para quem a vê pela primeira vez, uma válvula parece uma lâmpada incandescente, só que mais complicada. E, na verdade, essa semelhança não é mera coincidência. Tanto a válvula eletrônica quanto as lâmpadas incandescentes são dispositivos constituídos de um bulbo de vidro no interior do qual se faz o vácuo e que contém um filamento de material condutor de alta resistência que se deixa atravessar por uma corrente elétrica. Nas lâmpadas, isso é tudo: o filamento esquenta devido à potência que a corrente elétrica dissipa ao atravessá-lo, essa liberação de calor faz com que o