Valorização do profissional de docencia do ensino superior
Ilma Passos Alencastro Veiga1
As reflexões presentes neste artigo foram apresentadas no âmbito do VI Simpósio promovido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais "Anísio Teixeira" (INEP), voltado para a temática sobre a docência na educação superior e realizado em Brasília, nos dias 1º e 2 de dezembro de 2005. Este artigo pretende fazer uma breve caracterização da docência universitária, explicitar aspectos importantes da formação para a docência e indicar alguns caminhos para a formação de professores universitários. Minha preocupação central, portanto, é a formação de professores que atuam nas instituições de educação superior. Refletir sobre a docência na educação superior exige hoje que se destaquem tanto os retrocessos e impasses quanto possibilidades de avanço que a área vive.
1. Características básicas da docência universitária
No sentido etimológico, docência tem suas raízes no latim - docere - que significa ensinar, instruir, mostrar, indicar, dar a entender. Conforme Araújo (2004), o registro do termo na Língua Portuguesa é datado de 1916, o que implica dizer que a utilização, ou melhor, a apropriação do termo é algo novo no espaço dos discursos sobre educação. No sentido formal, docência é o trabalho dos professores; na realidade, estes desempenham um conjunto de funções que ultrapassam as tarefas de ministrar aulas. As funções formativas convencionais como: ter um bom conhecimento sobre a disciplina, sobre como explicá-la foram tornando-se mais complexas com o tempo e com o surgimento de novas condições de trabalho. Zabalza (2004) atribui três funções aos professores universitários: o ensino (docência), a pesquisa e a administração em diversos setores da instituição. Acrescento ainda a função de orientação acadêmica: monografias, dissertações e teses. Novas funções agregam-se a estas, tornando mais complexo o exercício profissional:
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Pesquisadora Associada Sênior da Faculdade de