Valores urbanos
Sirlene Cristina Aliane
Graduada e pós-graduada em filosofia pela ufsj (Universidade Federal de São João DEL-Rei) E Mestre em educação pelo CES (centro de ensino superior de juiz de fora )
A Revolução Urbana, processada na Inglaterra na segunda metade do século XIX, ensejou novos valores, ao redor dos quais passaram a se organizar as comunidades humana, tanto na Inglaterra, quanto no resto da Europa, nos Estados Unidos e pelo mundo afora, inclusive no Brasil. Tivemos, no inicio do século XX, o nosso grande reformador urbano, o prefeito do Rio de Janeiro entre 1902 e 1906, Francisco Pereira Passos (1836-1913). O Urbanismo, como disciplina científica que tenta estudar e racionalizar o desenvolvimento da cidade, passou a ser cultuado pelos planejadores urbanos e administradores públicos.
Mas esse processo não ocorreu no vácuo. Um novo universo de valores foi se solidificando, no terreno da cultura, e foi sendo aplicado, de maneira sistemática, pelo setor educacional, a fim de ir formando, na nova mentalidade, as jovens gerações. Sabemos dos esforços empreendidos, por exemplo, nos Estados Unidos por John Dewey (1859-1952), que terminaram inspirando, no Brasil, o trabalho de educadores como Anísio Teixeira (1900-1971)1, já adentrado o século XX.
Este breve trabalho pretende ilustrar como foram aparecendo e se sedimentando os valores urbanos, no terreno da filosofia e da história da cultura. Procurei, desastre, dar uma contribuição concreta às indagações que o Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora levanta, em torno a assuntos basilares para o nosso convívio coletivo, como é a questão dos valores que devem imperar no mundo urbano. Esta indagação é tanto mais importante, na medida em que assistimos, no Brasil hodierno, à agressividade aparição de escalas axiológicas sustentadas na marginalidade e no ostensivo desconhecimento dos valores que nos