VALORES POLÍTICOS
Da liberdade dos modernos comparada á dos pósteros
Galvano Della Volpe respondendo ao artigo Democrazia e Dittatura de Norberto Bobbio, disse ter a impressão de estar ouvindo uma “velha música”, que seria do célebre ensaio! De La liberte dês anciens comparé à celles dês modernes”, Benjamim Constant, Bobbio tenta mostrar a partir do título que não refuta a censura e muito menos desdenha o conflito, que o mesmo procura sim, adaptar o tema aos novos ouvintes.
Bobbio vê com desconfiança os textos da teoria política, que segundo ele só reproduzem há séculos os mesmos temas.
O autor afirma que seu artigo pertence a um gênero muito conhecido de publicações sobre política que propõem corrigir a unilateralidade do radicalismo democrático remetendo a princípios liberais que a democracia não torna supérfluos. Mais não é menos conhecido o gênero ao qual pertence o artigo de Della Volpe: a ser incluído entre os escritos dos fautores da democracia até as últimas consequências, que afirmam que o princípio democrático é por si só superior ao princípio liberal, pois não exclui apenas, mas engloba-o e reforça-o.
Toda essa discussão é apenas uma antiga contenda entre os dois teóricos. Della Volp defendendo a democracia e Bobbio ferrem defensor do liberalismo. Velha disputa entre democracia e liberalismo, nada menos que igualdade e liberdade. O que há de novo, aquilo que a torna nova, e por tanto, não obstante as repetições, talvez não supérflua, é a diferente perspectiva histórica na qual se insere. No século XX ocorreu de forma sucessiva e gradual a democratização dos regimes liberais através da democracia formal, mas ampla e difusa, antes (sufrágio universal, sistema representativo, principio majoritário e a democracia substancial, mais tímida, menos ampla e ainda hoje distante de realizar-se mesmo nos países avançados), depois com institutos tais, como a instrução obrigatória, a previdência social assumida pelo estado, a tributação fortemente progressiva