Valores Morais
Departamento de Antropologia
Práticas profissionais de Antropologia
Docente: Francisco Oneto Nunes
Discente: Maria Martins
Ano Lectivo 2010/2011
Perspectivas sobre a ciência antropológica.
Em pleno século XXI ainda nos vemos confrontados com algumas problemáticas que remetem a antropologia para o mundo das ciências mal interpretadas e cujo papel na sociedade ainda não se encontra bem delineado. Sendo uma ciência social, os seus seguidores debatem-se actualmente com vários obstáculos ao procurarem trabalho na área. Em Portugal, tal como em todos os países desenvolvidos do mundo, o antropólogo depara-se com o problema da investigação/profissionalização, com a ausência de um código regulador e com a incompreensão do real significado desta ciência no mundo contemporâneo.
No presente texto, pretendemos, numa resumida análise, discorrer um pouco sobre estas questões e apresentar o ponto de vista de vários profissionais ligados à área e que comigo colaboraram através da realização de entrevistas.
Em primeiro lugar temos de ter em consideração a emergência da antropologia enquanto ciência, este processo é ainda prematuro, remontando ao século XIX. Esta remete para a curiosidade sobre o outro, o diferente e o exótico. Hoje possui várias ramificações, cultural, biológica, linguística e social, actuando assim em vários campos da sociedade, contudo ainda não conseguiu um total reconhecimento da sua verdadeira importância, sendo para muitos, e infelizmente, uma disciplina secundária e mesmo prescindível.
Começando pelo seu ensino nas universidades, aí esta é inculcada nos alunos na medida em que os prepara para a investigação e não para o mercado de trabalho, ou seja não se prepara um antropólogo como ser prepara um médico ou um advogado para as tarefas que os esperam na vida activa. Ao antropólogo transmite-se o conhecimento teórico,