Valores do direito
Ao se falar em valores é necessário que se tenha um referencial. A valoração é um conceito aberto e relativo. Depende do prisma com que se olha ou do ponto de vista com que se julga uma situação específica. Em síntese, o que é um valor positivo para alguém, pode ser extremamente negativo para outrem.
Nesse sentido, pode-se perceber que os valores hão de variar entre grupos sociais distintos. Não dá para medir sociedades diferentes com a mesma escala de valores. E até mesmo num mesmo grupo podem existir pessoas com diferentes conceitos de valoração sobre vários aspectos.
No momento em que se restringe o conceito de valores ao mundo jurídico, fica evidente a tentativa de se equalizar essas idéias no intuito de tratar as pessoas, com suas diferenças, da maneira mais equânime possível, pois esse é o fim do direito.
É aqui que surgem conceitos do tipo liberdade, igualdade, direitos humanos fundamentais e justiça. Dado à sua complexidade, não é possível estabelecer uma escala de importância entre esses valores. Não são os únicos, os principais, talvez. O fato é que a sociedade só sobrevive ao estabelecer valor a determinado comportamento, não que sejam estes especificamente, mas todo ser humano precisa ter um referencial do que é certo ou errado, do melhor e do pior, ou seja, um parâmetro a seguir.
Explique-se melhor. Kelsen, no seu conceito de justiça, exemplifica muito bem a discrepância entre o que, num momento, pode ser justo e no outro não. Ele descreve a justiça como algo eminentemente relativo, que sempre há de depender de um ponto de visada para se determinar o que é justo e o que é injusto.
Ou seja, o que é