Valor de troca e valor de uso

O valor de uso deriva da propriedade inerente à mercadoria, que só tal mercadoria pode proporcionar. O valor de troca é a expressado na relação quantitativa de duas mercadorias com seus respectivos valores de uso. Uma vez se encontrando em proporção no valor de troca, duas mercadorias não possuem valores de uso diferentes. Portanto, quando tratamos de permutas de mercadorias, sempre proporcionais no valor de troca, os valores de uso se igualam e anulam mutualmente, não conferindo mais peso à equação. O que determina os mais diferentes valores de troca das mercadorias é o trabalho humano abstrato empregado na produção de tal mercadoria, ou seja, abstraindo-se as particularidades de cada tipo de trabalho e encontrando uma massa abstrata e media do trabalho humano em geral, determina-se o valore de troca de uma mercadoria pelo esforço humano empregado para fabricá-la. A quantidade desse trabalho abstrato empregado é medida pelo tempo. Portanto, quanto mais tempo emprega-se para fabricar uma mercadoria, mais trabalho estará contido nela e mais ela valerá na relação de valores de troca. Porém, esta relação não significa que um trabalhador inábil que demore mais do que o comum a fabricar uma mercadoria por pura falta de técnica tenha no final um produto super valioso, pois a quantidade de trabalho é medida não pelo tempo que cada mercadoria única e específica levou ao ser fabricada, mas sim pelo tempo que usual e comumente aquela categoria de mercadoria leva a ser fabricada dentro do processo de produção.
Logo, quanto mais tempo de trabalho empregado, mais valor tem uma mercadoria, em condições normais de produtividade. Como as condições de produtividade estão sempre a mudar, devido a diferenças no grau de destreza dos trabalhadores, aplicabilidade da ciência e tecnologia e condições naturais, o tempo de trabalho necessário para a produção de uma mercadoria muda e consequentemente também muda seu