vagalumes
Cientificamente o vaga-lume é um inseto coleóptero que possui emissões luminosas. Tais emissões acontecem devido aos órgãos fosforescentes localizados na parte inferior do abdômen. Sua luz surge de uma reação química. Cerca de 95% aproximadamente da energia produzida transforma-se em luz e somente 5% se transforma em calor. Quem comanda essa reação é ele mesmo, o vagalume, já que o tecido que emite a luz é ligado na traqueia e no cérebro.
Infelizmente, os vaga-lumes insetos estão ameaçados pela forte iluminação das cidades, pois quando entram em contato com ela, sua bioluminescência é anulada, o que interfere fortemente na reprodução, e os coloca em risco de extinção. .
Mas quero falar aqui do vagalume que encontrei em DIdi Huberman, nas leituras iniciais para a produção da minha monografia. Haveria diálogos entre trevas e luz? Talvez. E é pertinente acreditar que a ponte que nos leva entre os dois polos é formada de micro pontos de luz. É ponte de vagalumes.
Quando Huberman apresenta uma leitura das perspectivas apocalípticas de Pasolini e Agamben, denuncia, dessa maneira a sobrevivência desses seres de luz. Assim os apresenta ao visitar os escritos de Dante, como luz divina carregada de experiência, ainda que fragmentada, frente a luz dos refletores e holofotes da publicidade, das grandes cidades e da televisão.
O saber-vaga-lume pode ser um não-saber, e é sempre saber clandestino. Saber e ser de resistência.
Teorizei-me vagalume nos escritos de Huberman. Mas me encontrei vagalume antes, nos voos de um intercambio acadêmico na argentina. Meu plano de estudos voltado para o audiovisual me abriu portas para um novo pensar-fazer. Vagalume-eu, estava temporariamente afastado da comunicação social , imerso estão nas Bellas Artes. Vagaluminosamente durante aquele ano acadêmico resolvi - melhor dizendo: caminhei a passos largos - para a resolução de uma série de questões que envolviam minha relação com o