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João Batista Pamplona**
O objetivo central deste artigo é caracterizar e analisar a evolução da quantidade e o perfil dos trabalhadores no comércio ambulante da cidade de São Paulo, na primeira década de
2000. A base empírica é composta por séries da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de São Paulo, realizada pela Fundação Seade. Os dados revelam que, em 2009, havia cerca de 100.000 comerciantes de rua trabalhando na capital paulista, número bem menor do que o verificado em 2004 (133.000 pessoas). Essa significativa redução deve ser atribuída à melhoria do mercado de trabalho metropolitano depois de 2004, expressa pela queda do desemprego. Não obstante a heterogeneidade dos comerciantes de rua, foi possível identificar um perfil predominante desses trabalhadores: são homens, de cor branca, de idade madura, com precária escolaridade, chefes de domicílios pobres e moradores há bastante tempo na cidade.
Palavras-chave: Comércio de rua. Ambulantes. Cidade de São Paulo. Mercado de trabalho.
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O autor agradece à economista Hérida Tavares, pela participação no levantamento de informações para este artigo, bem como à Fundação Seade, pelo fornecimento dos dados da Pesquisa de Emprego de Desemprego, especialmente a Vagner de Carvalho Bessa e Susana M. Frias Pereira, analistas dessa instituição. Este artigo incorpora parcialmente os resultados de pesquisa sobre comércio de rua em São Paulo, financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), a quem o autor também é grato. Cabe, por fim, agradecer aos pareceristas anônimos desta revista pelas sugestões e comentários.
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Administrador, engenheiro, mestre em Economia Política e doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), professor associado do Departamento de Economia e do Programa de Pós-Graduação em
Economia Política da PUC-SP (pamplona@pucsp.br).
R. bras.