Uso dos gases tóxicos na primeira guerra mundial

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Com o desenvolvimento da indústria química, no século XIX, o uso de armamento químico, não convencional – não usado de forma recorrente em guerras, começou a ser testado paulatinamente. Os gases tóxicos figuram atualmente como os mais letais armamentos químicos e seu uso é expressamente proibido em guerras, haja vista que são armas de destruição em massa. A utilização mais notória destes gases, certamente, foi durante as batalhas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Os principais gases usados na Primeira Guerra foram o gás de cloro, o gás mostarda e o gás fosgênio. Tanto os países membros da Tríplice Aliança, como a Alemanha, quanto aqueles que compunham a Tríplice Entente, como a Inglaterra, valeram-se do uso desses gases contra os seus adversários. Os gases eram disparados contra as trincheiras onde ficavam os soldados, que se protegiam da artilharia inimiga. Ao longo da guerra, várias formas de lançá-los foram empregadas. A principal era a produção de nuvens gasosas a favor do vento que ia em direção às trincheiras inimigas.
Os ataques com nuvens tóxicas produziam efeitos diferentes de acordo com o tipo de gás empregado. O mais devastador era o do gás à base de iperita ou “gás mostarda.” Tinha este nome por conta do cheiro picante de mostarda que ele provocava. Além de asfixia e ressecamento das vias respiratórias, esse tipo de gás provocava também erupções na pele, cegueira instantânea e ruptura dos vasos sanguíneos, dando aos soldados uma aparência disforme e monstruosa.
O químico alemão Fritz Harber (1868-1934), que ganhou o Nobel de química em 1918, foi um dos principais desenvolvedores dos gases tóxicos usados na Primeira Guerra. Tendo Harber como aliado científico, o exército alemão proporcionou à história das guerras uma das mais terríveis cenas de mortes em massa, na cidade de Yprès, na Bélgica. Os alemães lançaram nessa cidade cerca de 22.000 cilindros contendo 160 toneladas de gás de cloro contra as tropas aliadas, no dia 22 de abril de 1915.

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