Urbanização
Por isso, a grande cidade, mais do que antes, é um pólo da pobreza ( a periferia no pólo...) o lugar com mais força e capacidade de atrair e manter gente pobre,ainda que muitas vezes em condições sub-humana. A grande cidade se torna o lugar de todos os capitais e de todos os trabalhados, isto é, o teatro de numerosas atividades ‘marginais’ do ponto de vista tecnológico, organizacional, financeiro, previdenciário e fiscal. Um gasto público crescentemente orientando `renovação e À reviabilização urbana e que sobretudo interessa aos agente socioeconômicos hegemônicos, engendra a crise fiscal da cidade, e o fato de que a população não tem acesso aos empregos necessários, nem aos bens e serviços essenciais, fomenta a expressão da crise urbana. Algumas atividades continuam a crescer, ao passo que a população se empobrece e observa a degradação de suas condições de existência. 10
A cidade em si como relação social e como materialidade, torna-se criadora de pobreza, tanto pelo modelo socioeconômico de que é o suporte como por sua estrutura física, que faz dos habitantes das periferia ( e dos cortiços ) pessoas ainda mais pobres. A pobreza não é apenas o fato do modelo socioeconômico vigente, mas, também, do modelo espacial. 10
Ao longo do século, mas, sobretudo nos períodos mais recentes, o processo brasileiro de urbanização revela uma crescente associação com a da pobreza, cujo locus passa a ser, cada vez mais, a cidade, sobretudo a grande cidade . O campo brasileiro moderno repele os pobres, e os trabalhadores da agricultura capitalizada vivem cada vez mais nos espaços urbanos. A indústria se desenvolve com a criação de pequeno número de empregos e o terciário associa formas modernas a formas primitivas que remuneram mal e não garantem a ocupação. 10
Durante séculos o Brasil como um todo é um país agrário, um país