Urbanização e cidades ecológicas
Publicado em fevereiro 8, 2012 por HC
[EcoDebate] A população mundial passou de 2,5 bilhões de habitantes para 7 bilhões entre 1950 e 2011. No mesmo período a população urbana passou de 730 milhões (29%) para 3,6 bilhões de habitantes (51% da população total). Enquanto a população total cresceu 2,8 vezes, a população urbana cresceu 4,9 vezes, em seis décadas, segundo dados da divisão de população da ONU.
As projeções para 2050 indicam uma população mundial de 9,3 bilhões de habitantes, sendo 6,3 bilhões no meio urbano, o que significará cerca de 70% da população mundial vivendo em cidades. Ou seja, nas próximas quatro décadas a população rural do mundo vai diminuir de 3,4 bilhões de habitantes para 2,8 bilhões, enquanto a população urbana vai absorver todo o contingente de pessoas que vão nascer (2,3 bilhões) mais a migração líquida dos 600 bilhões que vão sair do rural para o urbano. Ou seja, a população urbana do mundo vai passar dos atuais 3,6 bilhões para 6,3 bilhões de habitantes em 2050, um acréscimo de 2,7 bilhões de pessoas nas cidades em apenas 40 anos.
Portanto, em termos absolutos, a humanidade vai ter o maior crescimento urbano para um período de quatro décadas, de toda a história. Isto é bom ou ruim?
Evidentemente, um crescimento demográfico de mais de 2 bilhões de habitantes em 40 anos vai ser um grande desafio para o mundo humano e não-humano, pois as atividades antrópicas já ultrapassaram em cerca de 50% a capacidade de regeneração do Planeta. Para pressionar ainda mais os recursos naturais, o crescimento populacional deve vir acompanhado de crescimento econômico. Estima-se que o PIB mundial vai crescer entre 3 e 4 vezes entre 2010 e 2050, com enorme impacto na pegada ecológica. Portanto, os desafios vão ser realmente de enormes proporções.
Mas a questão que se coloca é a seguinte: é melhor enfrentar os desafios do crescimento populacional na cidade ou no campo?