Urbanização da china
Do blog Marcos O. Costa*
Um dos mais importantes fenômenos da contemporaneidade é o processo de urbanização que se desenvolve na China. São dezenas de cidades com mais de 10 milhões de habitantes que surgem de maneira quase que instantânea. É a conclusão da urbanização pós-industrial que se iniciou no final do século XVIII na Inglaterra e que teve em Londres a sua primeira metrópole. A população da Inglaterra no início da Revolução Industrial não chegava ao 10 milhões de habitantes. A escala e a velocidade da urbanização contemporânea são incomparáveis. Segundo dados oficiais da ONU foram mais de 500 milhões de chineses que deixaram suas áreas rurais em direção às cidades nos últimos 30 anos. Na próxima década mais 100 milhões de pessoas farão o mesmo, população equivalente à de todas as regiões metropolitanas brasileiras.
Diferentemente dos países ocidentais A China era um país industrializado, porém não urbanizado. Isto ocorreu por conta das políticas maoístas que favoreciam a agricultura de subsistência, o que manteve uma enorme população fixada ao campo. Este quadro se alterou por completo a partir de 1978, quando Deng Xiaoping promoveu uma série de reformas econômicas que tornaram a China mais aberta aos demais países, em especial aos capitalistas. O objetivo era transformar o país em uma “economia socialista de mercado”, o que acabou ocorrendo de forma oficial em 1992. A propriedade da terra, até então governamental, passou a ser privada através de pagamento ao governo. Houve uma gradativa descentralização do poder que acarretou um aumento na capacidade de intervenção do poder local sobre as questões urbanas. Começou um processo que modificou a paisagem chinesa. Vastas áreas rurais cederam lugar a metrópoles quase que instantaneamente. Exemplo clássico deste processo foi a cidade de Shenzhen localizada ao lado de Hong Kong, que em 1978 era uma vila de pescadores de 700 habitantes, e hoje possui cerca de 11 milhões de pessoas. Cabe