A urbanização ocorreu tardiamente na China. O sistema imperial impediu o quanto pôde a modernização do país, evitando a adoção da agricultura comercial, o surgimento de uma burguesia comercial e núcleos urbanos autônomos capazes de contrapor-se aos grandes proprietários fundiários. Os avanços na urbanização só começaram a ganhar fôlego no final do século 18 diante de dois processos concomitantes: a decadência da máquina administrativa imperial e as pressões externas provenientes das nações europeias ocidentais, que tinham interesses militares e comerciais na China. O domínio tradicional da classe culta de funcionários-intelectuais declinou nas zonas costeiras, permitindo assim o surgimento de núcleos urbanos e o aparecimento de uma burguesia comercial nativa que se opôs às pretensões de centralização do poder político sob o sistema imperial. Um dos mais importantes fenômenos da contemporaneidade é o processo de urbanização que se desenvolve na China. São dezenas de cidades com mais de 10 milhões de habitantes que surgem de maneira quase instantânea. É a conclusão da urbanização pós-industrial. Vastas áreas rurais cederam lugar a metrópoles quase que instantaneamente. Exemplo clássico deste processo foi a cidade de Shenzhen localizada ao lado de Hong Kong, que em 1978 era uma vila de pescadores de 700 habitantes, e hoje possui cerca de 11 milhões de pessoas. Atualmente o crescimento urbano se afasta do litoral e se dirige para o oeste da China. Cidades como Wuhan, Chongqing, Shijiazhuang e Kashgar localizada no extremo oeste do país, se transformam rapidamente em metrópoles, replicando o fenômeno de Shenzhen. A grande pergunta que se faz é: até quando este processo irá durar. A resposta a esta pergunta é fundamental para entendermos como será o mundo ao longo das próximas décadas. O início da urbanização chinesa promoveu uma série de transformações por todo o globo. O seu final será o começo de um novo paradigma para a humanidade: