Urbanismo no Brasil
“Na opinião do autor, como se estruturam as cidades no Brasil? Foram planejadas ou não? Qual o papel que o urbanista deve ter neste processo?”
Há quem acredite que as cidades brasileiras surgiram organicamente, ao contrário de nossos vizinhos de colonização espanhola, com cidades retilíneas e bem organizadas. Porem, nossos colonizadores trouxeram regras claras de organização na fundação das primeiras cidades, havia orientações estritas: igrejas aqui, casa da câmara ali... Missões jesuítas de civilizar nativos á seus ideais, os trazendo da “desordem” de suas aldeias as “aldeias racionalizadas”, impostas aos seus conceitos de civilização e urbanização.
É fato que desde sempre ouve planejamento no país, a exemplo das primeiras tentativas de organização, as capitanias hereditárias, onde o Brasil, ou sua parte pertencente a Portugal até o momento, foi retalhado em um mapa e dividido em linhas paralelas sem o menor conhecimento sobre oque ali continha. De certa forma, esses princípios foram herdados no planejamento de novas cidades, pois arquitetos e urbanistas tentaram por em prática teorias de cidades urbanisticamente ideais, oque de fato nunca faria sentido fora do papel.
Eram cidades que fugiam da realidade da massa da população, pois foram planejadas para atender a classe emergente da época (burguesia e pequeno-burguesia), onde apenas essa pequena parcela da população usufruía desse planejamento urbanístico de fato. Enquanto isso, a população que não tinha condições de consumi-lo e ser parte integrante desta sociedade, ocupavam espaços orgânicos, criados nas zonas periféricas das cidades, muitas vezes em locais inapropriados.
É imprescindível que arquitetos, urbanistas e pensadores, se desprendam de conceitos e teorias que, na prática nunca irão se enquadrar na realidade da sociedade brasileira, que é muito desigual. O planejamento deve ser traçado com o objetivo de criar centros urbanos cada vez mais bonitos e eficientes que possível, mas