UPP Trabalho
Apesar das conquistas, como a retomada de territórios e serviços, moradores de áreas pacificadas enfrentam violência policial e ainda a presença de traficantes
Vania Cunha
Rio - Com cinco anos de vida, completados nesta quarta-feira, e 36 unidades instaladas, o programa UPP chega quase ao fim do primeiro ciclo, que deve erguer 40 sedes em comunidades diferentes. O projeto apresentou erros e acertos. A violência que persiste em alguns locais, a má conduta de policiais e a falta de serviços públicos, mesmo depois da pacificação, são alguns dos problemas. Em comunidades como a Rocinha e o Parque Proletário (na Penha), e nos complexos do Alemão e de São Carlos, por exemplo, a violência ainda assombra moradores.
Na tentativa de retomar a venda de drogas, criminosos desafiam a polícia em confrontos intensos, que deixam vítimas de todos os lados — nos últimos anos, sete policiais militares foram mortos em serviço, entre eles, a soldado Fabiana Aparecida de Souza, assassinada durante ataque à base da Nova Brasília, ano passado.
No São Carlos, o próprio coordenador das UPPs, coronel Frederico Caldas, admitiu a fragilidade da sede. “É inadmissível ainda ter aqui registros de troca de tiros e venda de drogas”, disse, durante operação de repressão ao crime em setembro, quando anunciou a criação de nova base.
Montanha de lixo às margens do Rio Jacaré, na comunidade de Varginha, em Manguinhos: sinal de que serviços sociais ainda não chegaram Foto: André Mourão / Agência O Dia
Na recém-pacificada Manguinhos, os programas sociais não chegaram no rastro da segurança. A população ainda sofre com a falta de saneamento, moradia e coleta de lixo. Sem opções de lazer, crianças se divertem nadando no Rio Jacaré, batizado por eles de ‘Copacalama’, que tem 3,5 milhões de coliformes fecais por 100ml de água, segundo dado do Instituto Estadual do Ambiente — o tolerável é 800 por 100 ml.
“As UPPs representam o resgate de territórios, mas