Untitled Document
Poderia tirar os pés daí de cima? Sabe, meu pai pode grilar comigo! – Pedi com certa cautela, ao mesmo tempo em que eu me perguntei o que estava fazendo.
Conversar com um sequestrador não é uma coisa comum. Ou é? Eu ainda estou apavorado com o que está acontecendo e nervoso também. Odeio o nervosismo em mim, pois me faz desembestar a falar e não parar mais. Eu não sei se seguro as palavras ou se continuo a falar. O outro pareceu assentir e levar a sério o que eu disse já que, no mesmo momento, desceu os pés para o chão do carro. Pude perceber que me olhava de relance.
A estrada era de terra com árvores dos dois lados. Não havia nenhuma placa em sua entrada ou cerca ou portais, era simplesmente uma estrada de terra que estava indo para não sei onde. Por mais que eu ainda estivesse com medo do que possa vir a acontecer e nervoso com a situação, minhas mãos e pernas não mais tremiam e meu coração começava a normalizar os batimentos. O carro chacoalhava de um lado para o outro pelas irregularidades da terra e a poeira subia por ambos os lados.
Eu não vou te machucar... Se for o que você está pensando! – Rompeu o silêncio que tinha ali dentro.
Eu não estava pensando, mas, agora que disse, estou realmente pensando. – O que era realmente verdade.
Se eu quisesse te machucar, já teria feito. E, vai por mim, você não estaria aqui e muito menos voltaria pra contar a história! – Franzi o cenho e olheio de relance tentando entender o que ele quis dizer com aquilo. Seus olhos ainda estavam fixos – sempre olhando para frente – e seu rosto parecia não ter expressão alguma. Só parecia, pois quando me olhou de volta, noto o quão sério e tristonho estava. – Meu nome é Liam...
Eu não