A atual política brasileira de saúde mental baseia-se nos referenciais, que indicam retorno e permanência da pessoa com transtorno mental a seu meio social, o que significa próximo à família e à comunidade. Assim, a família torna-se o ponto principal para a efetivação das atuais propostas da Reforma Psiquiátrica. Busca-se a compreensão da experiência dos familiares ao cuidarem de um familiar esquizofrênico. Exige-se a humanização do cuidado ao doente mental, tendo como resultado ético o repúdio à estigmatização, à exclusão e à violência. Em alguns casos, o desgaste da família ao cuidar de um ente esquizofrênico decorre, em parte, da convivência constante com o familiar e em parte por não ter um serviço de apoio e assistência que a ampare e suporte. As informações não consegue atingir a todos, e neste contexto seus membros são submetidos a um atendimento desarticulado de saúde mental, em que cada membro é atendido individualmente e a família acaba não sendo uma unidade do cuidado, uma unidade em que acontece o sofrimento, a sobrecarga e as tristezas. Nestas perspectivas, os familiares sentem que a sociedade percebe seu familiar como alguém diferente e incômodo, que deve ser abandonado a seu próprio destino, convivendo com os falatórios pejorativos dos entes que vêm ao seu encontro. Percebe-se, ainda, que para eles, o fato de estar doente lhes permite encontrar-se com o vazio, com o nada, e, no silêncio, apercebem-se de uma preocupação e angústia que passam a fazer parte da sua existência. A rotulação a que o indivíduo é submetido aumenta ainda mais o processo de estigmatização e provoca o afastamento de pessoas que outrora fizeram parte de seu convívio social. Rotular o indivíduo esquizofrênico de louco é a maneira encontrada pelas pessoas da comunidade para entender o que está acontecendo, porém, não compreendem o sofrimento que este indivíduo está vivenciando. Ressalta-se, ainda, que se uma das propostas é a socialização para as pessoas com distúrbios