universitario
Vinicius Zepeda
As algas calcárias são plantas marinhas, impregnadas de carbonato de cálcio, que ocorrem em todos os oceanos desde zonas entre marés até grandes profundidades. Estes organismos, ao lado dos corais, são os principais responsáveis pela construção de recifes naturais. Juntos, formam as maiores construções vivas do planeta, fornecendo habitat para vários seres marinhos. Apesar de ocuparem menos de 1% do fundo dos oceanos, os recifes e bancos de algas calcárias servem como lar ou recurso vital para de 25% a 33% das criaturas do mar. Os depósitos de algas calcárias na forma de vida livre têm sido explorados por centenas de anos na Europa. Estudos sobre a viabilidade do uso sustentável deste recurso surgiram ao longo das últimas décadas. As algas calcárias podem ser empregadas como filtro biológico, no mar ou em aquários, como também na forma de fertilizantes ou corretivos à acidez dos solos na agricultura. Outras aplicações incluem sua utilização para indicar a existência de petróleo e ainda como suplemento alimentar natural para prevenir a falta de cálcio nos ossos em idosos, no combate contra a osteoporose.
Alguns estudos já apontaram o Brasil como o detentor do maior depósito de algas calcárias do planeta. A bióloga Márcia Figueiredo Creed preocupa-se há muitos anos com o tema da exploração desses recursos naturais do litoral brasileiro: “Pouco sabemos sobre a diversidade das espécies existentes aqui e a retirada delas é feita visando apenas o interesse econômico, sem se importar com o equilíbrio ambiental”, alerta. Docente do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no qual leciona no programa de pós-graduação em Botânica, Márcia trabalha atualmente na pesquisa Paradigma entre a conservação e o uso sustentável de bancos de algas calcárias, projeto que recebeu recursos do programa APQ1 (Auxílio à Pesquisa) da FAPERJ.
Encontradas em profundidades que variam desde zonas