Universitaria
Este texto apresenta um recorte de pesquisa institucional desenvolvida entre 2005 e 2008 cujo objetivo foi identificar e compreender ações, interações, práticas, valores, conceitos e preconceitos, distribuição de poder, relações de autoridade e diversidade, em 21 instituições: 5 creches, 9 escolas de educação infantil exclusivas - aquelas que atendem unicamente a crianças entre quatro e seis anos, 7 escolas de ensino fundamental com turmas de educação infantil, sendo dezessete públicas, duas comunitárias e duas privadas. Dentre elas, em 2006, realizamos estudos de caso em três creches, três escolas de educação infantil e três escolas de ensino fundamental. Durante o percurso, adotamos como estratégias metodológicas: a observação; entrevistas com adultos e crianças; interações a partir de produções culturais; fotografias de espaços, objetos e interações. O estudo teórico e a pesquisa empírica tiveram uma perspectiva interdisciplinar, aproximando os estudos da linguagem, estudos culturais, sociologia da infância e antropologia. As análises que compõem este texto dizem respeito a aspectos que se destacaram nas observações feitas em oito escolas exclusivas de educação infantil1. Esta mirada possível nesse momento pretende trazer para o leitor, além de aspectos relativos aos espaços das escolas exclusivas e as interações que favorecem práticas nas escolas, especialmente aquelas que revelam uma ação que escolariza as crianças. Abordamos também a maneira como elas se apropriam dessas experiências e elaboram suas culturas infantis, em estreita relação com o universo adulto que as cerca, porém com significações específicas.
2. O que há de exclusivo nas escolas exclusivas: o espaço e suas apropriações
O olhar sobre